Em agosto de 2024, as exportações de milho alcançaram impressionantes 6,06 milhões de toneladas, um aumento de 70,7% em relação às 3,55 milhões de toneladas exportadas em julho. Esse crescimento é impulsionado pelo estado de Mato Grosso, o maior produtor de milho do Brasil. No entanto, apesar da alta nas exportações, os preços do frete nas rotas originadas em Mato Grosso continuam em queda, segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na última segunda-feira (23).
O superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, ressalta que a colheita robusta em Mato Grosso pode levar a uma virada no mercado durante a entressafra, resultando em possíveis altas nos preços do milho e aumento das transações. Contudo, essa mudança ainda não foi observada em âmbito estadual.
Goiás, outro importante estado produtor, também registrou uma queda nos preços do transporte de grãos, com o milho sendo o principal produto movimentado, mesmo com a baixa demanda. Os produtores, em sua maioria, estão segurando estoques na esperança de melhores preços, apesar do término da segunda safra.
Na Bahia, a Conab reportou uma redução no fluxo logístico de grãos e fertilizantes, impactando os preços do frete e o volume transportado em agosto. Já em São Paulo, o mercado de fretes se manteve estável, com apenas um leve aumento de 1% nas praças de Ourinhos e Sertãozinho, atribuído ao aumento na demanda, especialmente pelo transporte de açúcar.
No Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul, as variações de preços foram diversas. No DF, houve aumentos de 5% em Imbituba (SC) e 1% em Santos (SP), enquanto rotas para Araguari e Uberaba (MG) e Paranaguá (PR) apresentaram quedas de até 9%. Essas variações foram influenciadas pela disponibilidade de fretes, principalmente de soja, e pela maior procura por fertilizantes.
Em Mato Grosso do Sul, as oscilações nos preços de frete foram sutis, com destaque para a colheita da segunda safra de milho e a comercialização de mais de 80% da soja 2023/24, mantendo os fretes voltados para o mercado interno em evidência. As movimentações para exportação ainda são tímidas.
Embora algumas regiões tenham visto quedas nos preços dos fretes, esse padrão não é uniforme. No Maranhão, os preços dos fretes rodoviários aumentaram em grande parte dos roteiros devido à menor oferta de caminhões. Em contraste, o Paraná registrou uma demanda positiva por fretes, levando a aumentos nos preços, exceto em Toledo, que apresentou uma queda.
No Piauí, o mercado de fretes mostrou um cenário contrastante, com forte demanda no mercado externo, mas estagnação no interno. Mesmo assim, a média de preços para o transporte de grãos subiu cerca de 9% em comparação ao mês anterior, impulsionada pela soja, que continua com escoamento aquecido, principalmente para exportação.